BAGUNÇA GENERALIZADA
Por Michel Zavagna Gralha
Os acontecimentos do último mês no Brasil deixam evidente o grande descontrole do Estado e a corrupção endêmica em que estamos afundados. Se fosse possível fazer uma fotografia do país, seria uma grande obra de horror. Cargos distribuídos para beneficiar políticos com o foro privilegiado; políticos e empresários mergulhados em corrupção, com uma população inteira na miséria; presídios em estado de calamidade, sem qualquer controle dos órgãos públicos; crimes desenfreados; cidadãos supostamente de bem ou melhor, sem antecedentes criminais, saqueando lojas, na ausência da polícia; obras públicas abandonadas, sem perspectiva de retomada; economia dilacerada, burocrática, sem qualquer incentivo aos empreendedores; enfim, a verdade é que o Brasil está afundando cada vez mais.
Excetuando-se a Lava-Jato e a coragem de muitos brasileiros em seguir o que é correto e construir uma vida digna, estamos vivendo um dos piores momentos desta nação. A população estarrecida e que precisa continuar olhando para suas necessidades assiste, refém e atônita, a tudo isto. Os discursos absurdos vêm de todos os lados. Desde a desmilitarização da polícia militar ao inchaço ainda maior do Estado.
Porém, enquanto não entendermos que o poder está na mão do indivíduo e que grandes máquinas públicas servem, quase que exclusivamente, para o benefício de poucos, continuaremos neste círculo vicioso de país assistencialista e irresponsável. Enquanto permanecermos achando que, minimamente, é viável um mundo em que muitos devem gerar receitas para poucos, continuaremos em uma sociedade miserável. E, ainda, enquanto permanecermos achando que as minorias podem deter e atrapalhar as maiorias, continuaremos em uma sociedade totalmente antidemocrática.
Não tem jeito, ou deixamos o politicamente correto de lado e partimos para uma vida mais verdadeira, em que o indivíduo possa realmente desenvolver-se por meritocracia, ou continuaremos convivendo com esta ideia absurda de que o governo resolverá tudo, bastando que, para isto, continuemos pagando nossos tributos em dia. Uma sociedade mais justa e equilibrada passará, necessariamente, por um Estado muito menor, caso contrário, sigamos nossas vidas produzindo inutilmente para corruptos e corruptores rirem das nossas caras e utilizarem o nosso dinheiro.