Precisamos restabelecer a ordem na nossa sociedade
A sensação de retomada da normalidade e da possibilidade de restabelecer gradativamente nossas relações pessoais e profissionais é um grande alento. Descobrimos, em meio à era das redes sociais, relações digitais e robotização dos negócios, o quanto o convívio faz toda a diferença nas nossas vidas. O quanto somos seres gregários, que gostamos do contato físico e de estar em lugares diferentes, vivendo emoções muito distintas daquelas que os meios digitais conseguem nos oferecer.
Incrível, em meio a um caminho sem volta, estarmos sendo provocados a escolher por onde seguir. A pandemia, que, infelizmente, deixou muitas perdas pelo caminho, proporcionará, inevitavelmente, ótimas reflexões. Nosso papel está em aproveitá-las. E a grande chance de checarmos nossos aprendizados está na volta desse inimigo invisível, a “repandemia”. Já ouvimos nos países europeus sobre a existência de novos casos e a imposição, em algumas cidades, do toque de recolher. Por aqui, provavelmente, em virtude das eleições, nossos políticos ditadores, em uma situação semelhante, adotarão discursos leves e racionais. Porém, não podemos nos enganar; assim que assumirem, pegarão as suas superpoderosas canetas e começarão a tolher as nossas liberdades.
Poucos aprenderam com o erro dos seus antecessores. E não podemos ser coniventes com isto. Precisamos restabelecer a ordem na nossa sociedade. Precisamos cuidar das nossas vidas no sentido amplo. O “fique em casa” afetou e afetará gerações. Quantos diagnósticos tardios, por exames adiados? Quantas sequelas emocionais para adultos e crianças que ainda não saem de casa? Quantos negócios quebrados? Ano letivo perdido para inúmeros alunos. Aumento de desemprego, que chegou ao patamar de 14 milhões de pessoas. Enfim, que as consequências das medidas restritivas vividas até aqui sirvam de lição.
O mundo não pode parar. Não há economia nem sociedade que aguente isto. Temos, sim, que manter os cuidados, para manter nossas vidas. Mas, já escrevi antes e não tenho receio de repetir que, em breve, muito mais rápido do que possamos imaginar, o “fique em casa”, acima de qualquer coisa, terá sido o maior erro da história moderna.