Como sociedade, temos que recuperar o senso crítico com urgência
A pandemia ainda está em curso e nossas vidas passam por inúmeros sobressaltos e incertezas. Era impensável que poderíamos conviver com um ano letivo sem aulas presenciais, uso de máscaras, álcool e mais álcool em gel, reuniões online, home office, enfim, uma série de alterações de rotinas, impostas em período tão curto. Muitas práticas, que levariam anos para serem adotadas, agora “normais” nas nossas vidas.
Incrível o poder de adaptação do ser humano. Somos capazes de mudar estilos de vida num piscar de olhos, ainda mais, pressiona- dos por um problema de saúde mundial. Por outro lado, como somos suscetíveis a ameaças. Como somos frágeis perante movimento de manada e como aprendemos a condenar aqueles que não os seguem. Parece que viramos grupos homogêneos, quase sem opiniões. Basta uma notícia bem elaborada e distribuí- da, que o senso crítico não é acionado. E, como sociedade, temos que recuperá-lo com urgência.
Entendo a anestesia que o inédito coronavírus criou na população, mas a vida precisa seguir o seu novo rumo. O pós-pandemia, que já estamos sentindo, será ainda pior caso os cidadãos não as- sumam o seu papel na sociedade. Precisamos restabelecer urgentemente nossas vidas. O país, em silêncio, caminha a passos largos para uma grande depressão. A crise quebrou negócios, desarticulou outros e o desabastecimento é uma certeza.
Como consumo e a falta de produtos – lei da oferta e da procura –, os preços subirão. Com a política de concessão de benefícios, teremos emissão de moeda. O resultado dessa soma, muitos já conhecem: o retorno da inflação. Teremos tempos ainda mais árduos pela frente. Já sentimos os efeitos emocionais e de saúde, mas ainda não sentimos os efeitos econômicos, na sua plenitude. O próximo ano será desafiador. O reflexo ainda está por vir e para isto não teremos vacina milagrosa. Que a economia se reinvente e consigamos manter a renda para que todos possam viver dignamente, com saúde, trabalho e respeito. Se teremos Carnaval, não sei, mas de que teremos enormes desafios não tenho dúvida. Que sejamos sempre muito otimistas, mas jamais esqueçamos a realidade.