Liberdade de Escolha

por Michel Gralha | 07/09/2020

Afastado o indiscutível valor das vidas humanas, a segunda maior perda está relacionada à falta de autonomia

Nos últimos meses, coma chegada da inesperada e impensável covid-19, estamos sendo testados como cidadãos. A vida já não é simples sem pandemia, com um evento externo destes, então, tudo se torna ainda mais complexo. Há quem lide bem e, por óbvio, há grande número de pessoas que têm mais dificuldade em transpor barreiras tão severas. Até hoje, passados mais de quatro meses, continuamos ansiosos pelo retorno às nossas vidas. Trata-se do medo da doença em contraponto ao nosso anseio por liberdade. Aliás, afastado o indiscutível valor das vi das humanas, a segunda maior perda está relacionada à falta de autonomia. Nesse caminhar, nossas escolhas, muitas vezes, têm sido ditadas por terceiros que pouco sabem o que estão fazendo. Ficamos anestesiados. Temos sido obrigados a regras duras, sem o poder de escolha. Nossos líderes, pseudossábios, testam nossa resistência e flertam com os regimes ditatoriais. E, o pior, vamos nos acostumando com as restrições e passamos a festejar pílulas de liberdade. Parece incrível, mas passamos a comemorar a abertura de restaurantes até as 19h; a possibilidade de voltar a caminhar nos parques, mesmo ao ar livre, com máscaras e distanciamento social ou assistir a um show no drive-in. Já não temos mais clareza sobre nossos direitos e deveres primários. A distorção é tamanha, que aqueles que defendem os direitos individuais são atacados pela coletividade. Para isto, vale ilustrar o acalorado debate sobre a “obrigatoriedade” da vacina contra o coronavírus. Por óbvio, não apoiaria qual quer campanha contrária às imunizações, mas, da mesma forma, sou radicalmente contra a sua compulsoriedade, ainda mais no atual cenário. Impensável um governo ou quem quer que seja obrigar um indivíduo a receber uma medicação. Temos que respeitar as liberdades individuais, ainda mais tratando-se do bem maior, o corpo humano. Neste tema, quem quiser que tome a vacina, seja do país e do laboratório que for, trata-se de uma decisão privada, mas, por favor, respeitem aqueles que não se sintam à vontade para fazer o mesmo. A sua escolha pela vacina o tornará imune a quem não quiser seguir pelo mesmo caminho.

Michel Gralha

Fundador do escritório Zavagna Gralha Advogados, é especialista nas áreas de Direito Societário, M&A e Direito Empresarial. Após oito anos de atuação em escritórios de advocacia, foi Head do Departamento Jurídico na Lojas Renner, onde também exerceu cargos de Secretário do Conselho de Administração e do Comitê de Remuneração.
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