Ações Concretas

por Michel Gralha | 01/11/2021

Neste momento, temos que usar a energia canalizada para resguardar nossa saúde, para resgatar a economia e as pessoas ao nosso lado

As decisões que tomamos nas nossas vidas, sejam individuais ou coletivas, refletem-se na sociedade. Não há como defendermos algo desconsiderando que, se as nossas ideias prevalecerem, teremos consequências. Simples, porém complexo nos dias de hoje. E faço essas colocações com base na reação de inúmeras pessoas que defendiam fervorosamente o “fique em casa” e agora reclamam, na mesma intensidade, da inflação e do desemprego, para citar apenas dois aspectos. Por óbvio, não quero requentar assunto ultrapassado sobre o fechamento das cidades. Aliás, tema que deveria ser científico e, infelizmente, tornou-se político. O objetivo é pensarmos sobre consequências e responsabilidades. Não há como cogitarmos “congelamento” da economia, sem que isto,
no curto prazo, gere danos quase irreversíveis. Ficamos com países praticamente parados por mais de um ano, deixando de consumir, de utilizar espaços públicos e privados, entre tantos outros
aspectos da vida prática. Inevitavelmente a economia acabaria esfriando, resultando em foco de produção apenas no essencial, com quebra de inúmeros estabelecimentos e restrição de mão de obra. Com a redução da pandemia, as atividades vão voltando ao normal, mas com velocidade diferente da disponibilização de bens e serviços. Consequentemente, não há matéria-prima, há
interesses represados, problemas de caixa, ausência de mão de obra, oferta menor do que a procura e a sequela: aumento de preço e a tão reclamada inflação global. Incrível como não pensamos nisso antes! Mas será que era tão difícil prever o óbvio? Claro que não, este seria o efeito natural! As ações visando salvar vidas foram fundamentais, não há como afastar este aspecto. Porém, agora, reclamar dos governos não será a solução. É um direito genuíno, mas que, isoladamente, não resolverá. Neste momento, temos que usar a energia canalizada para resguardar nossa saúde,
para resgatar a economia e as pessoas ao nosso lado. Empreender nos negócios e em ações sociais, gerar empregos e renda serão apenas alguns dos atos reais que poderão ajudar, o resto ficará no vazio.

Michel Gralha

Fundador do escritório Zavagna Gralha Advogados, é especialista nas áreas de Direito Societário, M&A e Direito Empresarial. Após oito anos de atuação em escritórios de advocacia, foi Head do Departamento Jurídico na Lojas Renner, onde também exerceu cargos de Secretário do Conselho de Administração e do Comitê de Remuneração.
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