É possível sentir um envolvimento maior dos cidadãos na vida pública
A poucos meses das eleições, ainda não temos qualquer indício dos verdadeiros caminhos que a política brasileira percorrerá. Para quem tem preocupações com o futuro do país e, principalmente, com os reflexos que as indecisões políticas causam no cotidiano das pessoas, os próximos dias serão decisivos.
Vivemos um dos momentos mais delicados da história do Brasil. Temos um presidente empossado em meio a uma enorme crise e após o impeachment da sua antecessora; uma operação que iniciou com grandes expectativas de acabar, ou pelo menos diminuir, a corrupção no Brasil e que, neste momento, se encontra em uma etapa determinante, dependendo de uma decisão do STF para deixar pelo caminho tudo que se conquistou até o momento; candidatos com seus discursos velhos e obsoletos, sem quaisquer ideias inovadoras ou minimamente disruptivas; a impregnação do politicamente correto e da ditadura das minorias, em que a maioria, pressionada por novas imposições de costumes e “verdades”, deixou de lado sua identidade e seu poder de reação.
Enfim, nos últimos anos, lamentavelmente perdemos muito como sociedade e mantivemos no mesmo baixo nível político, em que estamos acostumados a ouvir, conviver e não reagir. Porém, realmente não adianta permanecermos na mesma posição como sociedade apática e distante. Precisamos mudar e, felizmente, já temos vivenciado alguns movimentos positivos que apresentarão resultados no curto e médio prazos. É possível sentir um envolvimento maior dos cidadãos na vida pública.
Por aqui, temos o enorme ato organizado e extremamente eficaz da iniciativa privada em investir na segurança pública ostensiva. Pelo Interior, temos pessoas juntando-se para manifestar repúdio a determinados líderes políticos. Temos jovens informando-se das complexidades jurídicas para tomarem partido em debates sobre o futuro dos presos da Lava-Jato. Nos dias de hoje, os cidadãos têm muito mais acesso às informações para a tomada de decisões. Agora, precisamos do último empurrão para a maioria das pessoas, sair da vida teórica que pouco acrescenta para a sociedade e ir para a vida prática. Envolver-se para transformar.